Sabe aquele pensamento de que nunca está bem o suficiente?
Aquela sensação de constante insatisfação com os próprios feitos? Aquela meta/objetivo que demora uma eternidade a ser alcançada/o, porque falta sempre qualquer coisa?
Então o que é isto do perfecionismo e der ser perfecionista?
Eu tenho vindo a aprender que é um ideal impossível de alcançar, pelo simples fato de que o perfeito não existe no mundo real por ser subjetivo!
As pessoas que sofrem de um perfeccionismo exacerbado, associam os seus feitos e o reconhecimento externo, ao seu valor como pessoa, logo se o que que fazem/dizem ou produzem não está “perfeito” a seus olhos, não se consideram merecedores de reconhecimento, de amor, de sucesso, de serem aceites pelo que são…
O perfecionista, não celebra os seus sucessos, preocupa-se muito com o que os outros vão pensar, procrastina e, sobretudo, tem um crítico interior incansável e cada pequeno erro cometido é o que fica destacado na sua memória.
Sendo o perfecionismo uma falsa meta, torna-se frustrante, tira a alegria da concretização e o entusiasmo do processo.
Tal como diz a autora Betsy Show, o perfecionismo é inimigo da ação! Impede-nos de sermos finalizadores, de cumprirmos os nossos objetivos, porque muitas vezes desistimos sob a pressão desse perfecionismo que nos impomos.
Se olharmos à nossa volta, a sociedade quase que nos empurra para uma disciplina férrea. O ser perfeito está em todo o lado, desde a publicidade a cremes antirrugas ( “vamos apagar os sinais do tempo”) até numa simples ida ao supermercado, onde só chega a fruta “perfeita”, que só é apetecível se tiver bem polida, com as medidas milimetricamente certas e o peso ideal.
Nós mulheres sentimos muito essa pressão, ao termos que ser a mãe perfeita, a dona de casa perfeita, a profissional perfeita, a mulher perfeita, a filha perfeita, e...e…e…
A meu ver, o perfecionismo está ligado aos seguintes medos e crenças:
- Insegurança pessoal/ baixa autoestima
- Medo do julgamento dos outros
- Medo de falhar/ fracassar
- Medo de não ser suficiente/ de não ter valor
- Dificuldade em aceitar a vulnerabilidade do SER
- Medo de não ser merecedor de amor
O fato determos características de perfecionismo numa determinada área da nossa vida, não significa que a tenhamos em geral. Talvez sim, talvez não.
Entendo que existe o perfecionista introvertido, que tem baixa autoestima, não confia no que faz e que destaca qualquer pequeno erro como uma catástrofe.
Já o perfecionista extrovertido, tem aparentemente uma autoestima muito elevada, não confia nos outros para delegar nada e exige a perfeição que procura em si próprio, a quem o rodeia, o que o torna uma pessoa de difícil convívio.
ALGUNS CONSELHOS:
Antes demais, é preciso reconhecer que se tem a característica do perfecionismo e analisar se a mesma tem sido útil e potenciadora.
Destaco o autoconhecimento, o ganhar consciência de si próprio, o trabalhar a sua autoestima e crenças, como fundamental para evoluir!
Em segundo lugar, é importante assumirmos um compromisso connosco e estabelecer uma meta clara e medível. Ou seja, ao planear um objetivo, estabelecer antes qual é o mínimo para que se sinta confortável com o resultado que pretende obter? Isto torna a meta atingível, caso contrário é fácil cair no erro de estar sempre a mudar a baliza de sítio!
É igualmente importante desconstruir o conceito do perfecionismo e para isso pode ser interessante questionar-se:
“Qual é a intenção por detrás deste meu comportamento?”
“Está a ser-me útil e a ajudar-me a andar para a frente ou está a bloquear-me?”
“De quê que me está a proteger? O que estou a tentar evitar ao ser perfecionista?”
Por último, aprenda a silenciar o seu crítico interior. Enfraqueça os seus sabotadores internos e aumente a sua inteligência positiva, ou seja, ganhe consciência de si, para poder ter a escolha de fazer diferente!
O autor Shirzad Chamine desenvolveu um teste gratuito, onde pode analisar a força dos 10sabotadores internos e como estes o influenciam» www.positiveintelligence.com
Outro teste online interessante (também gratuito) é o das nossas 24 forças, que nos ajuda a ganhar clareza do que valorizamos e, a partir daí, podemos analisar se estamos a fazer o devido uso das nossas capacidades no dia a dia» www.viacharachter.org.
Mónica Alves